A redução dos juros em diferentes operações ancárias teve uma resposta imediata com muitas pessoas lotando as agências nesta semana. Porém, em meio à euforia de pagar menos pelo dinheiro emprestado cabe uma boa dose de cautela dos clientes para não cair em arapucas bancárias. O pior a se fazer é adquirir outros produtos bancários para ter “um melhor perfil” na tomada de empréstimo ou fazer uma operação de crédito sem extrema necessidade.
Segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR), a primeira situação fere o código. “É uma forma de venda casada. A concessão de crédito não pode estar vinculada à contratação de qualquer outro produto bancário”, alerta a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano. Quanto ao segundo caso, a decisão é temerária. “Crédito não é dinheiro. E mesmo com essa redução, os juros no Brasil ainda são muito elevados. Aliás, quem esperar mais alguns meses vai conseguir realizar uma operação de crédito ainda mais barata, pois os juros vão continuar baixando diante desse cenário econômico”, indica o economista Daniel Poit.
Ele aconselha que o movimento de redução nos juros deve ser aproveitado por quem já tem empréstimo ou financiamento. “É a hora de tentar renegociar dívidas e, se isso não for possível, colocar na ponta do lápis se vale mais a pena contrair um empréstimo a juros menores para quitar os débitos ou recorrer à portabilidade de crédito, ou seja, passar a dívida para um banco onde o custo efetivo do valor emprestado fique menor”, recomenda.
Em ambas as operações, será exigida muita disciplina financeira para não cair numa “bola de neve”. “Há um risco iminente de quem está endividado passar a uma condição de superendividamento, ou seja, de estar se comprometendo com uma dívida acima da sua capacidade de pagamento”, avalia Claudia. Também não pode ser ignorado o prazo de pagamento. “Ninguém está livre de ficar doente ou de perder o emprego. E isso pode se tonar um desastre financeiro para quem contrai uma dívida longa”, lembra.
Os juros médios do cheque especial subiram, na contramão de outras taxas que apresentaram redução de fevereiro para março. A taxa chegou a 185% ao ano, uma alta de 2,2 ponto percentual. Em janeiro, a taxa anual estava em 185,9%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Banco Central (BC).
No caso do crédito pessoal, incluídas operações de crédito consignado, a taxa caiu 1,8 ponto percentual, de fevereiro para março, e ficou em 48,8% ao ano. A do crédito para a compra de veículos caiu 0,5 ponto percentual para 26,5% ao ano. A taxa do crédito para compra de bens subiu 3,6 ponto percentual para 61,9% ao ano. A taxa média de juros cobrada das famílias caiu 1 ponto percentual para 44,4% ao ano.
Neste mês, a Caixa e o Banco do Brasil anunciaram redução de taxas de juros e foram seguidos pelas instituições privadas Itaú, Bradesco, HSBC e Santander. Portanto, nesses dados de março ainda não é possível verificar efeitos dos anúncios dos bancos.
Além da competição entre bancos públicos e privados, as recentes reduções da taxa básica de juros, a Selic, que serve de referência para os juros bancários, geram a tendência de queda das taxas.
Fontes: dci.com.br e parana-online.com.br
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